Sunday, 26 December 2010

Christmas

QUE BOM...Natal em Família, é do melhor que há....no entanto...venho cá vos contar a nossa pequena crise familiar em vésperas de Natal.

Heidi Klum and Family
"Estava calmamente a cortar as batatas e...cortei-me" a minha irmã mais nova! E pronto, centro de saúde com ela, grande corte, levou-lhe um bocado do dedo e da unha! A faca virou faca assassina e ela vai ser gozada até ao fim do ano (sorte que é já daqui a 1 semana hehehe)..."em vez de maneta, és dedeta!" " quem tem o dedo cortado não tem opinião aqui!" " levaste uma facada" tadinha...hahahaha

"Que chatice, perdi o avião!" A minha irmã mais velha! Perdeu o avião a 22, porque foi ao aeroporto dia 23 a pensar que era esta a data de embarque...dava tudo para ver a cara dela no: "mas como assim o voo era ontem?" Desatei-me a rir, não consegui, eu rio-me mas realmente não tem piada, tadinha, vinha ela com os 2 putos e perder o avião assim é treva e ainda teve de pagar mais 400 euros para vir dia 24, via Faro. Tive de agilizar a minha galera em Faro para a irem buscar ao aeroporto, deixar na estação dos autocarros e conseguir chegar a tempo a LX. Que loucura! No fim tudo certo...Natal em Família!
[ ao pessoal de Faro, Muito obrigada!]

Wednesday, 22 December 2010

A vida são 3 dias e 2 já estão vividos!

Os meus últimos meses passados em Faro morei com 2 raparigas e uma velhota no alto dos seus 70 anos (sim, hoje em dia alugam-se quartos a velhotas em apartamento para estudantes). Voltei lá e não sabem da maior (melhor, da pior) não é que a velhota está internada em coma induzido e com os dias contados?!
Isto foi assim, ainda quando lá me encontrava a dita senhora disse que padecia de uma doença dos rins, pulmões, fígado, estômago, baço e já não me lembro dos restantes 5 órgãos. Já aí eu achava ou a senhora é uma drama queen (como eu!) ou esta vai quinar ainda hoje e eu não quero estar por perto. Bem ela tomava medicamentos hora sim, hora sim e pedia que a acordasse nas primeiras horas da manhã (vida de trabalhador-estudante) para ir ao médico, por isso, algo ali se passava. No entanto a mulher era uma autêntica chaminé, consumia Marlboro à velocidade com que o Hulk marca um golo (não consigo…não é defeito é feitio) e comia carne de suíno, e piri-piri e bebia vinho e depois quando algum familiar seu tocava a campainha, toca de esconder o copito…ou seja, estava mesmo a pedi-las. Nós bem que demos conselhos, as rapariguitas da faculdade a dar conselhos a uma mulher dona do seu nariz MAS DEMOS…Então, aquilo não estava correcto e eu sou asmática poxa!
Entretanto deixei as minhas colegas no apartamento e pirei-me…Fico agora a saber que depois do meu afastamento, a senhora resolveu deixar de tomar os medicamentos (não que a culpa tenha sido minha, LIVRA!), passou a fumar no quarto de porta aberta porque não conseguia levantar da cama, a fazer xixi ali onde estava, engordou p’ra burro e…não quis ir ao hospital! As minhas ex-coleguitas viram-se gregas com a mulher, até que uma resolveu fazer um ultimato à uma tal prima que ia lá levar-lhe o comer: “ ou levam a mulher à força ao hospital ou chamo a senhoria, os bombeiros, a GNR porque não tenho tempo para estar em tribunal a responder a uma morte” Achei muito bem…lá a prima chamou os bombeiros e carregaram a tal senhora para o hospital, onde se encontra até a data em coma induzido. Aquilo era mesmo muito mau!
Viemos a descobrir que o que ela tem é hereditário e é um palavrão que tem como definição o inchar de órgãos que nunca mais acaba até que se…(que imagem que se me assaltou agora, que horror).

Conclusão: estou triste pela senhora, que até era muito simpática e ajudava-me a fazer panquecas e tudo mas qual foi a sua ideia?! Deixar-se morrer tipo eutanásia, ali num quarto alugado numa casa com 2 pessoas desconhecidas?!
Quem são os familiares que deixam uma senhora da sua idade alugar um quarto em vez de lhe colocarem num lar, se não têm condições para a  ter em casa?! Pedir ajuda à segurança social, qualquer coisa…o país ta mal mas acho que com o histórico da senhora até o Sócrates se comovia (xiii…tenho as minhas dúvidas!)

E pronto!

Casório à vista!

Príncipe William e Kate Middelton
Casamento à vista na família (aquela que nós escolhemos). Nunca pensei que desse tanto trabalho. Já estou de alma e coração na organização como se fosse uma realização pessoal, um objectivo pensado e repensado há anos. A amizade tem destas coisas, nós pensamos sempre que o casamento dos nossos mais próximos tem de ser o mais bonito que alguma vez alguém já viu e memorável até o fim dos dias. Espero não estar a monopolizar os preparativos com as minhas ideias tãooo precisas e ávidas de aprovação por parte dos noivos.

Mas eu sou assim...apaixonada!


[eu não quero casar-me...imagina se quisesse :P]

Tuesday, 21 December 2010

Para o meu pai..."para a minha irmã"

Jessica Alba
Fui a Faro e já estou de volta...viagem relâmpago. Só fui buscar as minhas tralhas (parte delas!) e resolvi trazer o livro que gostei tanto e que até fiz um post sobre a matéria. 

Como o meu pai é amante de leitura resolvi mostrar-lhe o livro a ver se tal como eu o livro ganha novo fã. Vamos ficar à espera de reacções...
                                                                                  

   [Se bem que ele disse-me que com este frio, nem consegue agarrar num livro]

Thursday, 16 December 2010

  [Blake Lively e Leighton Meester]
Passados não-sei-quantos-dias sobre o último post, cá estou eu de volta. A verdade é que ainda não tinha acontecido nada digno de postar no blog...a minha vida estava pacata e sem graça até que...MUDEI PARA A CASA DOS MEU PAIS! e foi assim...e ainda é assim! É a 1ª semana e já não falo nem com a minha mãe e nem com o meu pai...Que lindo começo de vida nova!
Isto tudo porque....passei a sexta-feira inteira num autocarro, sim porque 4 horas de caminho p'ra ir e vir das aulas é um dia inteiro perdido (e p'ra ganhar uma bacatela que vem montado num recibo verde...bah) e portanto pensei "vou passar o sábado na cama no dolce fare niete" mas quando eram 9 da madruga entra a minha mãe, quarto adentro para pedir-me que fosse com ela ao IKEA, disse logo que não óbvio...depois lá coração de manteiga fui, fazer o quê, a casa estava vazia de apetrechos essenciais para o seu bom funcionamento. Aproveitei e comprei umas coisinhas para o meu novo quarto...incluído uma cortina pink...um crime de bonito!!! Bem...depois de horas às voltas e ter enfiado meia-loja para dentro do carrinho, demos a volta à cidade para chegar ao hospital, sim porque nisso convenceu-me a ir buscar o meu pai à hemo!
Assim sendo, pensei amanhã (Domingo) é que vai ser...vou pôr as séries todas em dia, vou ver as novelas em atraso e ficar na cama, sem o damo e esquecer o drama, como diria o Boss AC. Mas, Domingo como dia presente, a minha mãe adentra o quarto às 10:30!!!! da matina para me acordar e dizer que chega de estar na cama. Ora bolas...se então não era eu! Desci dos tamancos e rodei a minha baiana:
-Que vem a ser isto?!Não vou-me levantar. E quando saíres fecha a porta, por favor.
5 minutos depois, mãe à porta:
-Não disseste que ias lavar a roupa hoje?
-Mãe, está a chover e ainda não compramos o estendal, como TU bem sabes portanto onde é que eu vou estender a roupa?
Sai mãe do quarto! 5 mn... volta mãe ao quarto:
- Porque não penduras a tua cortina e tiras essa? Não disseste que não gostavas do verde?
- Não vou fazer isso agora...a cortina rosa é muito leve e a verde é pesada, fica menos frio no quarto e menos luz também...
Sai mãe do quarto! 5 mn...volta mãe ao quarto!
- Como é que se liga o forno eléctrico?
-MÃE DEIXA-ME EM PAZ...QUERO FICAR NA CAMA. NÃO VOU LIGAR PORCARIA DE FORNO NENHUM E TENTA PRIMEIRO ANTES DE PEDIRES AJUDA, QUE DROGA!
-OK...mas já tá bom de te levantares da cama!
(10 mn, pai e mãe à conversa na cozinha!)
Entra pai em cena:
- VAI  AJUDAR A TUA MÃE A ACENDER O FORNO IMEDIATAMENTE! ÉS UMA MAL-EDUCADA (e sei lá que mais, porque no momento desliguei-me)
Levantei-me e fui (fazer o quê!) depois vesti a primeira porcaria que me apareceu, agarrei nas chaves  e fui!

Resultado: Clima pesado cá em casa! Mas poxa...Eu não passei 6 anos da minha vida a viver sozinha p'ra agora acharem que eu voltei p'ra casa p'ra ser tratada como se estivesse no 12º ano. E mais, de todas as vezes que eles entraram no meu quarto foi sem bater, mas que raio, apeteceu-me inventar um namorado na hora colocar-me toda nua com ele lá a ver se iam gostar da surpresa. É que é de uma falta de respeito sem fim...a minha mãe agora acha que entra, senta-se, depois levanta abre as gavetas e diz:-deixa-me ver o que é que arrumaste nesta gaveta? Ou:- Vê se o tio está online (e enfia a cara no meu portatil p'ra ver o que estou a fazer).

Digam-me se há paciência p'ra esta gente?! Sem dizer que quando fugi de casa, a minha prima e o meu tio vieram à nossa casa para uma visita rápida, a minha mãe aproveitou para mostrar todas as divisões, inclusivé O MEU QUARTO...e eu fiquei a saber disso porque depois de ter fugido fui ter com a minha prima ao shopping e ela na maior descontra diz-me que o meu quarto está muito bonito e que a minha mãe andou a mostrar-lhe o quarto. Eu não disse nada, sério, não fiz nenhum escândalo! Mas custava a minha querida mãe dizer-lhe do lado de fora do quarto com a porta fechada de preferência que aquele era o meu quarto e que eu não estava! Como é que eles querem que os respeite se não há respeito da parte deles? Parece que eles só vão ver-me como adulta no dia que chegar a casa com uma barriga de 9 meses...ugh!

Well...o bom deste clima todo é que agora entro no meu quarto e ninguém me vem chatear para o que quer que seja, e nem ligam-me às 10 da manhã para dizer...adivinhem lá...que estão a chegar a casa! Como se não tivessem chave e... esperassem que eu lhes fosse abrir a porta com balões e cartões de boas-vindas! Vocês foram comprar pão...for God Sake! Já me apetece enfiar o telemóvel deles sanita abaixo...

Acho que estou mais calma depois de mandar vir com os teclados do meu portátil! Por favor digam-me que eu não estou errada, assim eu vou pirar!! Não mudem p'ra casa dos vossos pais depois do curso superior completo, é o fim!


[é este o post que causou a discórdia na família, publicando depois de reflectir e concluir que se até o wikileaks está ai então porque que o meu post tem de ficar escondido?! ]

Wednesday, 15 December 2010

20 de Agosto de 2009

Hopenhaga-Uma esperança!!!

                                                                                          
"If there must be trouble, let it be in my day, that my child may have peace". Esta frase de Thomas Paine reflete bem o que os pais e ( futuros pais) querem para os seus filhos.
[Khloe Kardashian]
Em Dezembro foi notícia a Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas na cidade de Copenhaga, Dinamarca. Esta conferência tinha como objectivo assinar um acordo com diversos países para a redução das emissões de CO2 e consequentemente construir um futuro melhor para o nosso planeta! Pode-se considerar que a conferência foi um sucesso pelo número de países que aderiram (cerca de 170 países) e não pelo o que realmente se conseguiu. Esta é uma pequena introdução para o que pretendo falar nas próximas linhas.
Esta conferência parece vir um bocado tarde, na minha opinião. É certo que esta conferência só foi realizada porque o protocolo de Quioto para as alterações climáticas irá “caducar” em 2012 e é de louvar todas as mudanças que temos conseguido, entre elas, o livro vermelho das espécies, as proibições à caça/pesca de animais em extinção, a criação de veículos de baixo consumo e até mesmo os ecopontos. Contudo, parece pouco, comparado com o problema que temos em mãos. As alterações climáticas há muito que deixaram de ser um mito, porque temos vistos as tempestades de poeiras na Austrália, as monções fora de época na Índia e mesmo o nosso pequeno Cabo Verde que quase não chovia parece que acordou para as tempestades. Eu não sei quanto a vocês mas, apesar de o tema “alterações climáticas” ser já bastante antigo, sinto que as pessoas se têm preocupado com este tema há muito pouco tempo. E mesmo assim, ainda oiço pessoas a comentar que as previsões feitas pelos cientistas não são nada mais do que exageros e mentiras. Como é que com tudo o que tem acontecido continuamos a ter estes pensamentos? No meu entender, já não são previsões, são realidades… mas corrijam-me se estiver errada.
Por outro lado, faço parte daquela minoria pessimista que responde “ nada a fazer!” quando perguntam “alterações climáticas?”. Senão vejamos:
“Viver sem o telemóvel, desligá-lo à noite? Não me parece! E se for importante?!”
“Desligar o computador, quando posso hiberna-lo?! Vou estar fora por meia hora!”
Estas são pequenas coisas com as quais, eu, estudante, já não consigo viver, mas se pensarmos nas pessoas que pretendem comprar carro e casa, não vão optar por um carro eléctrico ou a gás natural ou uma casa com energia solar. Não porque não querem mas sim devido ao dinheiro que tinham de “desembolsar” para adquirir tais bens! Os preços dos carros e de adaptações às casas para permitir baixo consumo de energia chegam a ser… artigos de luxo! Se o que se pretende é que as pessoas pensem no planeta e adquiram estes produtos, as empresas deviam criar um período do ano em que as aquisições destes produtos estejam mais em conta para os bolsos dos que não pertencem à classe “hollywoodesca”. Uma espécie de saldo para o planeta. Seria uma forma de sensibilização, afinal existe dia do planeta, hora do planeta, portanto saldos do planeta não é assim tão absurdo quanto parece, certo?! Dado que não é possivél, ou ainda não se lembraram de tal coisa (exijo direitos de autor…) é dificil pensar que vamos conseguir travar este drama porque somos já muito egoístas para abdicar de certas coisas do dia-a-dia pelo planeta e desligar as luzes da Torre Eiffel ou do Cristo-Redentor por 1 minuto num dia qualquer não vai ajudar a fechar o buraco do Ozono que “aceleramos” ou ajudamos a criar lá em cima. Digo “ajudamos/aceleramos” porque também tenho consciência que a Terra muda e que neste processo é normal haver alterações climáticas. Um exemplo disso é a Idade do Gelo.
Talvez, tudo o que se tem feito até hoje, dê em algo…sou a minoria pessimista, já tinha dito. Assim, que Copenhaga seja Um “Hopenhaga”, como alguém um dia disse, que seja um início de uma nova Era para o planeta. Que consigamos criar uma comunidade global que vai obrigar os nossos líderes a tomar melhores decisões para a crise climática e que nesse processo consigamos resolver a crise económica. E que… consigamos chegar a tempo de salvar o planeta!

19 Agosto 2010

Dakota Fanning
                                                                                                       
Estive a visitar o hi5 dos meus amigos, dos amigos dos meus amigos, fazendo comentários aqui e ali e cheguei à conclusão que conheço tanta gente mas nem sempre tenho tempo para fazer esta visita e ver como estão, o que estão a fazer, os seus sucessos e parabenizar. Bem hoje tive a fazer isso... e já aqui tinha dito que vos amo bués, resmas, pilhas e volto a dizer-lo..e se nem sempre tenho tempo para vos dizer isto para mandar uma mensagem ou para ligar não se esqueçam disso!

saudades da minha infância em 3 ilhas diferentes, quando tínhamos o nosso clubinho, e que quase queimamos os bombeiros...lol...que ironia a nossa (queimar bombeiros não é pra todos), dos caezinhos que nos cuidavamos e dos cutubenbens (carronchinha) que operávamos! Isto tudo serviu para alguma coisa, cada uma seguiu o seu caminho na área cientifica. 

sao saudades....e ca estou eu com mais mil amigos que fiz na Univ e que daqui a nada vou ter de abandonar também e so vou ficar a saber o que fazem pelo hi5, os sucessos, os projectos...

é bom viajar, conhecer pessoas novas, mas nada se compara a tristeza de perder amigos pelo caminho, nao perde-los porque as pessoas que conheci continuarão sempre presentes mas a tristeza de não poder ir a casa deles conversar, deparar com elas ao virar duma esquina ou acordar e saber que os vou encontrar na escola todos os dias

era bom se pudesse um dia fazer um big convivio, e convidar todas essas pessoas que conheci e ficaram perdidas no tempo, precisaria do territorio dos Estados Unidos da America ou do continente africano


mais uma etapa e mais uma partida, para quem já mudou tanto de cidade nao devia custar mas cá estou outra vez com vontade de fugir no aeroporto quando a hora da partida chegar como fazia quando era pequena, desta vez nao tenho o bebe chorão para ir comigo nem a V (a minha cadelinha) para ficar em frente ao avião e nao me deixar partir...desta vez nao são os meus pais que me obrigam a ir, sou eu que preciso ir...

é tao bom ser lamechas de vez em quando! Nao se esqueçam que vos amo de montão!!!

Tuesday, 14 December 2010

sexta-feira, 6 de Abril de 2010

Leucemia: crianças de laboratório!!! 

Abigail Breslin

                                                                    

«Salvei uma vida e criei outra», diz Esther!!! Não é uma frase que se ouça muito no dia-a-dia, mas é uma verdade que acompanha muitas famílias que enfrentam o problema da leucemia. Esta frase foi dita por uma mãe, no jornal El Pais, que teve outro bebé para salvar a sua filha Erine de 4 anos através das células estaminais da medula óssea. Estes termos podem ser difíceis de perceber quando não somos médicos, biólogos ou pessoas ligadas directamente às ciências médicas.
Devem estar a perguntar o porquê de eu ter escolhido este tema!!! Apesar de ser bióloga, não lido directamente com isso, ou pelo menos não deveria lidar, mas faz parte do currículo do curso de Biologia Marinha, a parte da genética molecular, e portanto depois de tanto estudar células, doenças e curas, começamos a interessar-nos verdadeiramente por estas áreas que não estão directamente ligadas com o nosso curso. Para além disso, no outro dia fiquei muito interessada em ver um filme que está precisamente em cartaz, “My Sister’s Keeper” (Para a Minha Irmã) – passo a publicidade – que fala precisamente sobre este tema. Ainda não vi o filme, ofereceram-me o livro que foi adaptado para este filme, e é sempre bom ler o livro antes, para ver se a nossa imaginação corresponde à “realidade” do grande ecrã.
Voltando ao tema, é preciso explicar algumas coisas científicas um bocado chatas para depois dar a minha opinião, ou melhor, pedir a vossa:
A leucemia é um tipo de cancro do sangue, que tem origem na medula óssea. Apesar de haver vários tipos de leucemia, todas são malignas. A melhor forma de explicar os princípios desta doença li-a há poucos dias neste livro que vos falei (e depois de tanto tentar memorizar estes termos técnicos para os testes, comecei realmente a amaldiçoar a autora por não ter escrito este livro mais cedo, a tempo de eu o ler e seguir para o teste, como grande entendedora em biologia molecular) e passo a citar, a analogia: “Pensem na medula óssea como uma creche para as células em desenvolvimento. Os corpos saudáveis fazem células sanguíneas que ficam na medula óssea até serem suficientemente maduras para saírem e combaterem doenças, transportar oxigénio, o que quer que seja a sua função. Numa pessoa com leucemia, as portas da creche abrem cedo de mais. As células imaturas acabam por entrar na circulação incapazes de cumprir a sua função.” Com isto acho que percebem o que acaba por acontecer a uma pessoa com leucemia. Quando se diz a um pai ou uma mãe que o filho tem leucemia, a primeira pergunta que lhes passa pela cabeça é: “ele vai morrer?”…pergunta estúpida esta – não quero ser presunçosa, mas todos nós vamos morrer um dia e sinceramente nós não queremos ouvir a resposta do médico, que normalmente é “não sei”…e estará com certeza a dizer a verdade. Depois de diagnosticada, seguem-se as sessões de quimioterapia – que até os leigos na matéria sabem que é aquele tratamento que nos deixa sem cabelo -, mas o mais preocupante não é o facto de não podermos fazer uma trança ou passar o cabelo para trás das orelhas, mas sim o facto deste tratamento matar todas as células que defendem o nosso organismo, as más e as boas, deixando-nos sem forças e com a possibilidade de contrair uma infecção com a coisa mais insignificante. Para além disso, diversas sessões de quimio afectam os órgãos, e esses também começam a dar o “badagaio”. É aqui que entra a procura do doador da medula óssea, de órgãos como rins e afins… normalmente procura-se em primeiro lugar no seio da família, e se desta ninguém for compatível, tem-se de recorrer àquelas listas de espera infindáveis para encontrar um doador compatível.
Depois desta aula de ciências que ninguém queria ter, passo à parte interessante…ou não, da questão. O problema é quando a criança com leucemia não tem irmãos ou estes não são compatíveis. Os pais têm uma nova opção, nos dias que correm, com o avanço da medicina: podem pensar em criar uma combinação exacta dos seus genes de modo a “fabricar” uma criança compatível e que possa ser o doador da irmã/irmão doente. Abro aqui um parêntesis para dizer que não quero de modo algum que entendam que sou contra devido ao termo “fabricar” que usei acima. Foi apenas a forma mais fácil que encontrei para mostrar o que é feito em laboratório nestes casos. A polémica, na maior parte dos casos, situa-se exactamente neste ponto. Nos dias que correm, as pessoas ainda não estão familiarizados com o termo clonagem, seja de animais, plantas, órgãos ou pessoas (que, apesar de também serem animais, são colocadas num estatuto mais elevado), nem aceitam o facto de haver pais que criam embriões em laboratório, sem o amor que envolve a concepção de uma criança ou qualquer outra razão mais romântica.
A grande maioria deve estar a pensar na pobre da criança com leucemia, que com todos estes tratamentos, passa a vida inteira no hospital a fazer transfusões e ligada a maquinas. É realmente uma pena, mas de momento vamos deixar a criança/leucemia em paz. Eu não quero discutir o sentimento dos pais, da criança, da sociedade quando escrevo este texto, quero sim discutir o sentimento do doador, da criança que foi concebida para salvar a outra. Confesso que até ler o livro, também fui uma culpada, não sei se o mesmo aconteceu convosco mas eu realmente sempre pensei na criança concebida como uma vitória, como a salvadora da pátria mas depois de ler o livro, a minha opinião balançou. Já não tenho tanta certeza dos adjectivos que sempre pensei…e é nisso que quero a vossa opinião.
Assim que a criança nasce, vamos chamá-la Vitória, será que a mãe vai olhar para ela com o amor por nascer, vai contar os dedos dos pés e das mãos para ter a certeza que é perfeita, ou vai pensar “cuidado com o cordão umbilical, estão lá as células estaminais que vão salvar a minha filha, levem-na para a transfusão”? E à medida que a Vitória cresce, é ela a princesa da casa? Ou só a amam porque é a heroína que salva a vida da irmã, ou só é chamada numa recaída para uma nova transfusão. Afinal a cada recaída – porque na leucemia ou em qualquer outro cancro isto pode acontecer – segue-se uma nova correria para o hospital com a criança doente ao colo, e se calhar na correria ninguém se lembraria que existe a Vitória se ela não fosse a doadora, a salvadora da pátria: afinal é preciso levar o banco de sangue também. À medida que a Vitória cresce será que alguém lhe perguntou se ela queria esta vida, se ela quer ser a doadora? Não me levem a mal, se alguém meu próximo estivesse doente e eu fosse compatível, eu seria a doadora, ia de olhos fechados, mas isso é uma decisão minha, eu decidi que quero ajudar, mas ela foi concebida para tal, ninguém lhe perguntou se queria ser bailarina, se queria morar na mesma cidade se queria fazer a faculdade noutra cidade…ela está presa a irmã, enquanto esta viver e precisar de uma transfusão, de um rim, a Vitória tem de permanecer presa à irmã. Pode-se dizer que ela também está doente, tem de ir ao hospital quase sempre ou sempre que a irmã for internada. Tem de abdicar de actividades boas ou más que possam prejudicar o seu sistema, pode ser forçada a não fazer actividades proibidas para pessoas que só tenham um rim, quando o outro é doado a irmã, e depois de tudo isso tem de viver num ambiente de fio de navalha ou corda bamba, sempre à espera de outra recaída, sem grande atenção por parte dos pais, porque estes, nem se fala, pobres coitados…
Queria realmente saber a vossa opinião sobre este caso, porque como já disse a minha está balançada e depois de ler este livro (que aconselho vivamente) já não tenho a certeza se a Vitória é realmente uma vitória ou se ela teve o azar de nascer naquela família, ou melhor dizendo, de ser “fabricada” in vitro para aquela família.
Vou iniciar uma etapa a partir de textos antigos. Textos que escrevi um dia e que cometi o erro de partilhar com pessoas que me conheciam pessoalmente. Admito a minha fraqueza de não ter suportado as críticas.

Sou assim...sou apenas humana!!!


 [Leighton Meester]


Este mês vou arrebentar a escala de mensagens publicadas no blog mas não os quero deixar morrer, foram sentimentos , alguns com cabimento outros rascunho. Tenho a minha própria forma de escrever e muitas das vezes só eu me entendo. Não sou pro em português até porque ninguém pode afirmar tal...a língua portuguesa é DIFICIL!!! Peço aqui desculpas pelos erros ortográficos, gramaticais ou de outra natureza que possam surgir ao longo do blog na esperança que Camões não me venha pedir satisfações.

Espero conseguir transmitir de forma legível  e objectiva todos os meus sentimentos, já dizia a minha amiga Anne...."o papel é mais paciente" neste caso o teclado.