Dear Kitty,
Acordei com um barulho ensurdecedor, móveis a bater, coisas a partir, achei que a casa vinha abaixo. Saí do quarto e para meu espanto, ele estava a bater na minha amiga J., naquele momento ele virou-se p'ra mim, o meu sangue frio foi algo que assustou-me. Empurrei-o contra a porta da casa de banho. Gritei p'ra J. se levantar, ela não conseguia, ele tinha-lhe dado pontapés, socos e tudo o que possas imaginar. Ele tentou-me agarrar, corri e tranquei-me no quarto, liguei à polícia e rezava a todos os santos que eles viessem depressa senão ele ia matá-la ou eu matava-o. Pelo menos o meu empurrão serviu para ele esquecer a J. por um bocado e concentrar-se em tentar deitar-me a porta abaixo. Ficamos nisso ainda um bom tempo, a J. levantou-se e conseguiu se trancar no quarto dela, Eu pensava ou esperava que sim. Eles chegaram, a polícia veio...bateu à porta mas nós estávamos trancadas, gritei para J. não sair do quarto ela estava muito mal, ia eu já que ele nem pensou em abrir a porta. Abri a porta do quarto, ele estava mais calmo ou menos exaltado, abri a porta e a polícia agarrou-o, levou-o para uma conversa. Ele não ficou preso! Droga!
Eu sabia que isso um dia ia acontecer, ela já o tinha perdoado uns quantos desses, eu sabia que não ia dar certo.A J. resolveu ir dar queixa, que bom, espero que eles façam alguma coisa com ele depois da queixa.
A J. já tem a mala feita, vai voltar para casa hoje, Oh meu Deus, como é que ela vai viajar assim, neste estado. E os pais...o que vão dizer quando a virem?
Tua Blair, triste
[Texto na Kitty, escrito em Julho de 2007]
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