"There's a choice we're making
We're saving our own lives
Its true we'll make a better day
Just you and me"
Numa altura em que toda a gente (ou quase toda) está
preeocupada em salvar o planeta. Em que as catástrofes naturais parecem que
acordaram, literalmente, para a vida e têm baixado o crescimento populacional
em muitos números e em milésimos de segundo, em que o buraco do ozono cada dia
ganha mais uns metros e parece um chapéu daqueles que só tem a pala; deparamos
com o cenário de ter de pedir a um presidente, ou melhor, uma presidenta de um
país pelas nossas vidas. Sinto-me a pedir por mim, pelos meus filhos. Sinto-me
a pedir esmola. Por favor VETA!!! O que mais me assusta é não perceber como é
que esta modificação de lei conseguiu sair do parlamento para chegar aos nossos
ouvidos e termos que pedir tal coisa. Deve ser um pesadelo. Um pesadelo de tão
estapafúrdio que soa aos meus ouvidos. Para quem não está a perceber patavina
desta minha indignação, passo a explicar. E não é que a nova lei do Código de
Floresta do Brasil tem algumas modificações. (Vamos colocar o verbo no tempo
certo: TERÁ! Se nada fizermos). As novas alterações rezam o seguinte:
§ permissão para o cultivo
em Áreas de Preservação
Permanente (APP);
Se são áreas de
preservação Ambiental quer dizer que é um habitat natural de um grande números
de espécies animais e vegetais que talvez, ou quase de certeza, endémico. E
ainda vem atrelado a palavra “permanente”, daí permitir o cultivo de outras
espécies para deitar abaixo aquelas que lá estão já é…passo o termo…sacanagem!
§ a diminuição da
conservação da flora em margens de rios;
querem ver que as
plantas agora não têm o direito de ficar no sitio onde nasceram? (muitas delas
endémicas, espécies ainda por descobrir, quase de certeza) Vão fazer o quê no
sitio da flora da margem dos rios? Plantar arroz????
§ a isenção de multa e
penalidade aos agricultores que desmataram;
neste ponto eu levo as
mãos à cabeça. Metemos os inocentes na prisão e mandamos fora os criminosos. O próprio
nome indica des-MATARAM.
Basicamente esta lei diz
que quem andou a arrancar arvores, levou metade da floresta não precisa ir lá
repor aquilo que tirou sem permissão. Está livre, pode ir na paz do Senhor
terminar o serviço.
§ Libertação do cultivo no
topo de morros.
Vão fazer cultivo no
topo do morro da favela da Rocinha a ver o que é os traficantes dizem. Só se
for desse morro que estão a falar. Que não estou a ver que outro morro é que é
que deixa que arranquem as plantas que dão sombra, que permitem a vinda da
chuva para plantar batatas e cenouras. Sim, claro que precisamos comer e que o cultivo
desses produtos são importantes mas a verdade é que existem campos de cultivo.
Não é como se no Brasil não tivesse nenhum buraco de chão onde meter as batatas
e agora precisam de uma área protegida e ameaçada para praticar agricultura.
Deixando as minhas
opiniões bastante pendentes de lado ( nem preciso dizer para que lado do muro,
ou será do morro é que eles pendem…). Passemos à parte cientifica da questão. O
desmatamento desregrado, …e digo desregrado sim porque com estas leis abriram a
época dos tratores, machados e catanas no meio da floresta…, vai permitir não
só um incumprimento das restantes leis que ainda protegem de certa forma a
floresta amazónica, para além de que vai deitar abaixo várias áreas de nursery
de espécies endémicas e em perigo de extinção. A sombra, o esconderijo, o
oxigénio, a proteção que estas árvores fornecem são mais importantes do que
qualquer projecto público de erguer paredes de cimento e abrir campos de
cultivo.
Sempre que eu penso
nesta nova lei vem-me à cabeça a imagem de um trecho do filme do James Cameron
com as gentes azuis!!!!
É minha gente, nós
chegamos a este ponto. Ao ponto de querer deitar abaixo a floresta amazónica. O
que segue? O Monte Everest? É pedir a tosos os santos, orixás, Iemanjá e E‘wa
para que a Dilma VETE esta barbaridade.